Um blog: novo,interativo,humorístico dedicado a nossa pintora Frida Kahlo
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
O mundo natural de Frida vira replica-Via Época
Frida Kahlo é um ícone para os mais diversos públicos:
nacionalistas mexicanos, artistas de vanguarda, movimentos
indigenistas, camaradas comunistas e feministas latino-americanas. A excêntrica pintora
manteve um casamento de quase 25 anos com o muralista mexicano Diego
Rivera, conheceu Pablo Picasso e Pablo Neruda e foi amante do
revolucionário León Trotsky e do fotógrafo húngaro Nickolas Muray. Fãs e
admiradores reconhecem a riqueza de sua vida e o valor singular de seu
repertório de 140 pinturas, 55 delas sendo autorretratos.
Mesmo se falecida há mais de 60 anos, Frida Kahlo conquista agora
botânicos e paisagistas e, de quebra, todos que adoram plantas. Uma
exposição no Jardim Botânico de Nova York, desvenda, de maneira inédita, a relação carinhosa que ela tinha com a natureza.
A mostra “Frida Kahlo: Arte, Jardim, Vida” é realizada
em diversos pontos do Jardim Botânico durante quase seis meses desse
ano. Como só termina em 1º de novembro, os viajantes passando por Nova
York nesse outono poderão visitar a exibição nesse belo oásis verde
situado no Bronx.
No prédio mais imponente da instituição, a Biblioteca, estão expostas
14 obras da mexicana. O quadro emblemático – que serve de abertura e
cartaz da mostra – é o “Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor”,
criado em 1940. A pintura é alvo de uma infinidade de interpretações,
desde o beija-flor como amuleto da sorte no amor ao gato preto trazendo o
azar e a morte. O mais importante, no caso do mundo vegetal, é o fundo
da pintura repleto de folhagens verdes, pretendendo mostrar sua
intimidade com as plantas.
No centro do mesmo prédio, a obra do mexicano Humberto Spíndola – “As Duas Fridas”
– busca reinterpretar a pintura do mesmo nome feita por ela em 1939. A
instalação de dois bonecos de junco receberam trajes diferentes: o
vestido branco europeu e o colorido tradicional mexicano. Essas duas
perspectivas teriam a intenção de mostrar a dualidade cultural de Frida:
seu pai Gustavo Kahlo era alemão e sua mãe Matilde Calderon era mestiça
de espanhol com indígena. Vale notar que o coração da figura europeia
está aberto e sangrando, enquanto que o da Frida mexicana continua
saudável.
A parte mais colorida da exposição está concentrada no Conservatório
Enid A. Haupt, uma construção que inclui duas alas de estufas, inspirada
na “Casa das Palmeiras” do Jardim Botânico Real em Kew, em Londres.
Uma das alas cria o ambiente mexicano do jardim de Frida em sua “Casa Azul”,
na Cidade do México. Foi nessa morada – de paredes azul cobalto – que
Frida nasceu em 1907, passou sua infância, viveu seus anos de casada com
o muralista Diego Rivera desde 1929 e faleceu em 1954. Seu antigo lar é
hoje o Museu Frida Kahlo.
A peça central na estufa Haupt é a reprodução da pirâmide mesoamericana
que Diego Rivera edificou em 1941 nos jardins da “Casa Azul”. A
estrutura original em três níveis e pintada de vermelho escuro foi
desenhada para evocar a cultura indígena e também para receber a grande
coleção de objetos pré-hispânicos de Rivera.
No Jardim Botânico, as peças arqueológicas – que ficaram na “Casa Azul”
– foram substituídas por vasos de plantas nativas do México, de cactos
do deserto às flores preferidas de Frida.
A Fridamania não acontece apenas no México ou nos Estados Unidos. Aqui
no Brasil, uma importante exposição de pelo menos 30 obras de Frida
estará aberta ao público paulistano no Instituto Tomie Ohtake a partir
de 27 de setembro próximo. Uma das peças mais esperada será o
“Autorretrato com macacos” (1943), que revela a pintora com seu
tradicional buço e suas sobrancelhas longas e conectadas, rodeada por
quatro símios (seus alunos) e uma strelitzia, a flor ave-do-paraíso.
Via:época.
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