Frida Kahlo é um ícone para os mais diversos públicos: nacionalistas mexicanos, artistas de vanguarda, movimentos indigenistas, camaradas comunistas e feministas latino-americanas. A excêntrica pintora manteve um casamento de quase 25 anos com o muralista mexicano Diego Rivera, conheceu Pablo Picasso e Pablo Neruda e foi amante do revolucionário León Trotsky e do fotógrafo húngaro Nickolas Muray. Fãs e admiradores reconhecem a riqueza de sua vida e o valor singular de seu repertório de 140 pinturas, 55 delas sendo autorretratos.
Mesmo se falecida há mais de 60 anos, Frida Kahlo conquista agora botânicos e paisagistas e, de quebra, todos que adoram plantas. Uma exposição no Jardim Botânico de Nova York, desvenda, de maneira inédita, a relação carinhosa que ela tinha com a natureza.
A mostra “Frida Kahlo: Arte, Jardim, Vida” é realizada em diversos pontos do Jardim Botânico durante quase seis meses desse ano. Como só termina em 1º de novembro, os viajantes passando por Nova York nesse outono poderão visitar a exibição nesse belo oásis verde situado no Bronx.
No prédio mais imponente da instituição, a Biblioteca, estão expostas 14 obras da mexicana. O quadro emblemático – que serve de abertura e cartaz da mostra – é o “Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor”, criado em 1940. A pintura é alvo de uma infinidade de interpretações, desde o beija-flor como amuleto da sorte no amor ao gato preto trazendo o azar e a morte. O mais importante, no caso do mundo vegetal, é o fundo da pintura repleto de folhagens verdes, pretendendo mostrar sua intimidade com as plantas.
Uma das alas cria o ambiente mexicano do jardim de Frida em sua “Casa Azul”, na Cidade do México. Foi nessa morada – de paredes azul cobalto – que Frida nasceu em 1907, passou sua infância, viveu seus anos de casada com o muralista Diego Rivera desde 1929 e faleceu em 1954. Seu antigo lar é hoje o Museu Frida Kahlo.
No Jardim Botânico, as peças arqueológicas – que ficaram na “Casa Azul” – foram substituídas por vasos de plantas nativas do México, de cactos do deserto às flores preferidas de Frida.
Via:época.